Atualmente, 12 das 27 unidades da federação têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada, segundo dados do Caged divulgados em maio — desconsiderando o setor público. Todos esses estados estão localizados nas regiões Norte e Nordeste.
Apesar disso, o cenário vem mudando: desde janeiro de 2023, o número de empregos formais cresce mais rapidamente que o de beneficiários. Antes da pandemia, eram 8 estados com mais beneficiários; em 2022, o número subiu para 13; agora, caiu para 12.
O Maranhão é o estado com maior dependência do programa: são 1,2 milhão de famílias beneficiárias para apenas 669 mil empregos formais. Em contraste, Santa Catarina tem a menor proporção — com 11 empregos formais para cada beneficiário.
O Rio Grande do Norte foi o mais recente a inverter essa relação, ando a ter mais carteiras assinadas do que beneficiários do programa, tornando-se o único do Nordeste nessa situação.
E o Rio Grande do Sul?
Embora não esteja entre os 12 estados com maior dependência do Bolsa Família, o Rio Grande do Sul ainda apresenta um desequilíbrio relevante:
Em maio de 2025, o estado tinha mais de 614 mil famílias beneficiárias do Bolsa Família, com um benefício médio de R$ 657,20.
No mesmo período (janeiro a abril), o estado registrou 75.525 novos empregos formais, um crescimento de 19% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
Em abril, o saldo foi de 8.678 novos empregos, com destaque para setor de serviços (5.722), indústria (3.922), comércio (2.282), e construção (481), enquanto a agropecuária teve redução de 3.729 vagas
A relação indica que, para cada vaga formal gerada, há cerca de 5 famílias beneficiárias, o que mostra que, mesmo fora do grupo dos 12 estados mais dependentes, o desafio da formalização do trabalho e da superação da pobreza ainda é significativo.
